
Denúncia sobre irregularidades em licitação realizada em 2011 pela Prefeitura de Nioaque –a 189 km de Campo Grande– foi acatada pela Justiça Federal, mas não a tempo de levar adiante o processo contra a ex-prefeita Ilca Corral Mendes Domingos. Transformada em ré pela Justiça, ela morreu de Covid em 6 de abril de 2021 –9 dias após perder o marido para a doença.
O inquérito policial, aberto em 2017 e que tramitava na 5.ª Vara Federal de Campo Grande, apurava fatos como crime de responsabilidade na condução de 6 licitações no município para obras de pavimentação e drenagem, abastecidas com recursos do Ministério das Cidades na ordem de R$ 1.375.500 e contrapartida de R$ 120.526,72 da prefeitura.
Para o MPF (Ministério Público Federal), houve direcionamento das licitações por meio de cláusulas restritivas à competição, que vão desde o pagamento para retirada do edital, exigência de registro das empresas no cadastro de licitantes da Prefeitura de Nioaque e de registro ou visto no Crea (Conselho Regional de Engenharia), entre outras.
Outra situação identificada foi a alteração do projeto básico após a realização de 5 das licitações. Além disso, considerou-se superfaturamento por sobrepreço individual ou quantidade executada a menor em 4 dos certames. O dano ao erário se caracterizaria pelo pagamento à empresa vencedora por serviços superfaturados individualmente ou executados em quantidade menor que a paga.
Entre os réus, além da prefeitura, estão 3 integrantes da Comissão Permanente de Licitação da Prefeitura de Nioaque à época, responsáveis pelas medições, servidores que atestaram a entrega de serviços e um representante da empresa vencedora.